Título: Anjo Mecânico
Série: As Peças Infernais#1
Autor: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
N° de páginas: 392
Sinopse: "Anjo mecânico apresenta o mundo que deu origem à série Os Instrumentos Mortais, sucesso de Cassandra Claire. Nesse primeiro volume, que se passa na Londres vitoriana, a protagonista Tessa Gray conhece o mundo dos Caçadores de Sombras quando precisa se mudar de Nova York para a Inglaterra depois da morte da tia. Quando chega para encontrar o irmão Nathaniel, seu único parente vivo, ela descobrirá que é dona de um poder que capaz de despertar uma guerra mortal entre os Nephilim e as máquinas do Magistrado, o novo comandante das forças do submundo"

Primeiro eu gostaria de dizer que o momento em que lemos o livro influencia, e muito, na sua opinião sobre ele. Eu queria dizer isso porque eu li "Anjo Mecânico" assim que eu acabei de ler "Cidade de Vidro", que é um livro extremamente intenso do começo ao fim, e AM é o começo de uma nova história, então não posso esperar que ela seja agitada o tempo inteiro, pois precisamos entender toda a situação.

Anjo Mecânico começa  com a morte da tia de Tessa, que a deixa sozinha no mundo exceto pelo seu irmão Nathaniel que mora em Londres, então a menina recebe uma passagem de navio saindo de Nova York para se encontrar com o último parente que lhe resta. Mas ao chegar lá, ela é recebida pelas Irmãs Sombrias, srta. Dark e srta. Black. Vamos concordar que adorei. Nada mais apropriado que chamar srta. Negra e srta.Escura como Irmãs Sombrias.

Tessa então é aprisionada na Casa Sombria onde descobre, através das irmãs que tem o poder de se transformar em qualquer outra pessoa, morta ou viva, apenas com um toque em algum objeto que pertencesse a mesma. Sob as ameaças de que seu irmão também estava aprisionado e que se não colaborasse o iriam matar, Theresa Gray colabora com as duas feiticeitas até que descobre que será entregue para o Magistrado, aquele que os capturou e os mantiveram presos. Para sua sorte, Will Herondale, um Caçador das Sombras, invadiu a Casa Sombria para sua investigação. Após uma batalha, é claro, voltou ao Instituto de Londres com a garota.

Sem saber o que é, junto com Charlotte, Henry, Jem, Will e Jessamine, Tessa tenta saber  quem é, assim como onde está seu irmão e quem é o lider do Clube Pandemônio que de algum jeito parece envolto a tudo isso.

A fórmula desse livro se lembra muito ao de "Cidade dos Ossos", primeiro volume de Instrumentos Mortais: Um parente da menina que acha que é mundana é sequestrado, ela fica sozinha, encontra os Caçadores das Sombras e descobre que na verdade tem um traço mágico nas veia. É claro que algumas coisas mudam, como o fato de agora toda a guerra estar as voltas de Tessa e em seu misterioso poder, o passado de Will e a doença de Jem.

Falando dos personagens, por que não descrevê-los um pouco? Henry é um cara ruivo, com olhos infantis, um jeitinho tímido que vive trancado na cripta da antiga igreja, que agora é o Instituto, que a transformou num laboratório onde cria suas engenhocas que na maior parte das vezes dão errado, o que deixa os outros Caçadores com raiva. Apenas Charlotte tem paciência com o marido, que mesmo sabendo que ele a trocaria facilmente por uma engenhoca, o ama incondicionalmente. Uma mulher baixa que aparentemente é frácil, mas basta uma conversa para perceber o quão forte e determinada é, controla o Instituto sozinha, o que é algo muito diferente naquela época, com coração mole e caridosa, ela cuida dos três adolescentes. Jessamine, apesar de ser Caçadora das Sombras, tem o sonho de ter uma vida normal, casar e ter filhos, assim como seus pais fizeram ao renunciar à Clave, mas para isso precisa completar 18 anos para poder sair da proteção que lhe é oferecida. Em algumas partes me deu muita raiva de Jessie, pois as atitudes dela são egoístas e mesmo quando faz algo para outra pessoa está sempre visando algo para si mesma. Jem, que tem uma saúde debilitada e um ótimo cavalheiro é o único que consegue aguentar e manter, o máximo possível, o Will na linha. Apesar de ser misterioso e seu passado ser revelado já quase no final, eu me apaixonei por ele. Will, é tudo de ruim que um homem naquela época poderia ter, embriagado, jogador e frequentador de bordeis que não tenta nem um pouco esconder seus horríveis vícios. Em certos momentos pode até parecer com Jace, como com sua relutância à autoridade, ironia e superego, mas as semelhanças param por aí. É claro que também tem a Tessa, que é uma menina romântica que adora ler poesias e romances, que após ser mantida em cativeiro pelas Irmãs Sombrias confia desconfiando nos Caçadores.

Confesso que minha maior surpresa em relação a personagens foi em Nathaniel Gray, irmão de Tessa, que é encontrado e após uma grande revelação um ódio mortal me subiu. Apesar do que ele fez, a menina o desculpou, claro, ele era o irmão dela, mas, em minha opinião, ele poderia ser até o pai, ela não deveria ter perdoado, assim como ele também não deveria ter feito o que fez.

"Há algum tempo sabia que o irmão era fraco, que o que a tia chamava de inocência era na verdade infantilidade mimada e mesquinha; que por ser menino, primogênito e lindo, Nate sempre fora o príncipe do próprio reino. Entendia que, apesar de progetê-la ser função dele enquanto irmão mais velho, sempre haviam sido ela e a tia a protegê-lo" (Página 301, § 10)

E para a alegria daqueles que leram Instrumentos Mortais, Magnos Bane está nesse livro também. Lembrando que Feiticeiros vivem muito mais que humanos e caçadores, fui uma surpresa quando o vi citado em Anjo Mecânico. Ao que tudo indica ele será um personagem frequente nessa saga também, pois estou a cada livro gostando ainda mais dele.

Vocês devem estar percebendo que estou comparando muito Peças Insfernais com Instrumentos Mortais, mas o fato é há algumas similiaridades e diferenças entre as seres, e algumas me chamaram a atenção. Em nenhum momento eu confundi, pois sei que são duas guerras diferentes e aparentemente, com objetivos diferentes. Ainda assim, algumas comparações são inevitáveis. Como que em IM vamos abreviar as coisas, né? que havia muita sensualidade tanto na visão de Clary em Jace, como nas falas, em PI ela foi abolida, tanto porque isso ainda era um tabu, quanto algumas meninas naquela época nem nisso pensavam ou sabiam o que era. imagino eu Mas o sutaque britânico é fortemente mencionado, o que me fez começar a ler Príncipe Mecânico, segundo volume da saga, em inglês para poder desfrutar dessa parte. Todavia, o romantismo é presente a todo momento como citações de poesias, já que Tessa, e talvez Will, não sei, ele é uma icognita, gostam de ler.

No atual momento no livro, Junho de 1878, faz apenas 10 anos que os acordos começaram a serem assinados e o que percebos ao decorrer do livro é que em 2007, quando acontece a saga Instrumentos Mortais, as reclamações dos seres do Submundo são as mesmas; que ele não tem assentos no conselho, que não podem entrar em Idris e que Nephilim se acham Deus.

Algo que me encantou foi a união de volta no tempo, à Londre Vitoriana, que Cassandra Clare tentou realizar da maneira mais autêntica possível, com tecnologia dos autômatos, que são como robôs que se parecem com pessoas.

Mas para finalizar, caso se perguntem que é preciso ler Instrumentos Mortais antes de Peças Infernais, eu digo que não. São duas sagas no mesmo mundo, mas Anjo Mecânico explica como o Mundo das Sombras funciona exatamente como Cidade dos Ossos explica. A minha opinião é que apenas, em Cidade dos Ossos, o modo em que esse mundo é apresentado é mais emocionante, porém, isso pouco importa na leitura da história.

Cassandra Clare conseguiu me surpreender novamente nesse livro. Quando eu pensava que estava chato e entediante, percebi que todas as informações foram precisas para que nas últimas cinquenta páginas tudo acontecesse, e ficasse aquele gostinho de quero mais em Príncipe Mecânico.

Veja meus trechos preferidos e conheça um pouco mais do livro. (Clique aqui)

Curiosidades:

- Além de Magnus, Ragnor Fell também é citado no livro. Assim como sobrenomes já conhecidos comos Penhallow, Lightwood e Herondale.

- Para quem leu o livro vai acabar pegando a piadinha "varíola demoníaca" que Will insiste em dizer.

- O próximo livro, Príncipe Mecânico, estar previsto para ser lançado no início do ano que vem, mas já é possível comprar sua versão em inglês.

7 Comentários

  1. eii, meninas!
    adorei o layout do blog de vocês, parabéns!
    e adorei a resenha tb!
    quero muito ler esse livro ^^

    beijos - Rascunhos e Borrões

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  2. Eu esotu louquinha por essa série, acho a capa fantástica *-*
    A Cassandra é ótima, não?
    Adorei sua resenha :)

    Beijos
    http://secretsentreamigas.blogspot.com.br/

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  3. oi
    otima resenha! estou louca para ler esse livro, amo a Cassandra Clare
    adorei o novo visual do seu blog.
    e ficou feliz que tbm tenha gostado do meu

    http://lostgirlygirl.com

    bjos

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  4. Aii quero muito ler esse livro. Pelo que vi é maravilhoso! Eu queroooo.
    Beijinhos!
    http://palomaviricio.blogspot.com.br

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  5. Eu to doida pra ler esse livro!!
    Tenho a trilogia IM aqui, mas ainda nao li.
    Adorei a resenha. Me deixou com mais vontade de ler!

    Bjokas

    Flavia - Livros e Chocolate

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  6. Ola, tudo bem?
    Ainda não li nenhum livro da série Instrumentos mortais, mas tenho muita vontade de ler esse livro, e o mais engraçado é que minha vontade surgiu por causa da capa. Ela é encantadora e muito bem feita.
    Abraços,
    Amanda Almeida

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  7. estou com muita vontade de ler esse livro mais ainda não tive oportunidade! gostei da resenha!
    beijos
    Céu de Letras

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